O MASP abriu no último dia 11 de julho, a exposição “Do Coração da África”, uma mostra inédita de arte Iorubá com 49 obras extraídas da coleção Robilotta, doada recentemente ao museu.
Dividida em dez grupos, a exposição apresenta peças que expressam as manifestações centrais das tradições culturais e religiosas da nação Iorubá. São obras produzidas até os anos 1960, portanto anteriores à pressão globalizante que de lá pra cá passou a influenciar a produção de países como Nigéria, Costa do Marfim, Zaire e Benin, entre outros que abrigam a nação Iorubá.
“A cultura africana está na origem de um dos marcos da arte moderna ocidental, aquele proposto pelo Picasso cubista de 1907 que buscou suas então escandalosas formas humanas nas máscaras e figuras das esculturas tradicionais da África negra”, escreve o curador Teixeira Coelho.
O contato da África com a Europa é milenar, intensificando-se desde o início das navegações portuguesas na segunda metade do século 15.
No século 17, os europeus atingiram o interior do continente e existem indícios de que artesãos africanos produziam objetos de marfim por encomenda para comercialização na Europa. Mesmo nos tempos coloniais, apesar das invasões dos missionários cristãos e da influência muçulmana, muitos aspectos da cultura africana abaixo do Saara evoluíram em dinâmica própria.
A exposição, ainda sem data prevista para término, ficará aberta no mínimo até o final de setembro.